terça-feira, 6 de maio de 2014

Troika/governo de Portugal! "Saída limpa" mas de consciência suja.....

Com o aproximar do final do programa de resgate a Portugal, foi anunciado pelo governo de Portugal com pompa e circunstância uma "saída limpa".
Não percebo muito bem o termo de "saída limpa", mas entendo-o como uma limpeza à dignidade dos portugueses, à dignidade de um país, à perda de soberania e ao enxovalhamento político, económico e social de uma nação com mais de 800 anos de história.
Se "saída limpa" se traduz no retrocesso do nível de vida  em mais de 15 anos, desemprego a duplicar nos últimos 3 anos, desigualdades sociais cada vez maiores, dívida pública em valores nunca vistos.... Então? Imagino o que seria e como seria uma saída suja! 
Não me venham com a história de que vivíamos acima das nossas possibilidades. Não. Vivíamos, trabalhávamos e pagávamos os nossos impostos e outros deveres como nos era exigido e melhor do que agora. 
Acima das possibilidades, viviam e continuam a viver os dirigentes políticos (alguns) de sucessivos governos com especial incidência no actual, alguns banqueiros e alguns gestores. Estes sim. Quase todos eles conhecidos dos portugueses tornaram-se nos abutres da Nação. Levaram-na à ruína, enxovalharam-na e puseram em causa a sua própria soberania. O caso dos bancos, os submarinos, a face oculta, a banalidade da mentira....enfim. O uso e abuso do poder. Estes sim, tem a consciência suja, pesada e alguns deles já mesmo putrificada. Como me apetece dizer nomes!!!!
Os novos e modernos termos tais como "saídas Limpas", "mercados", "mercados adormecidos" ou mesmo "despertar dos mercados" servem de escape/desculpa a estes bisontes da sociedade para se redimirem ou desculparem das atrocidades cometidas.
O que mais me incomoda não é a situação actual nem a passada, porque essa temos que a resolver, é sim o futuro e se tivermos em conta a iliteracia política, o apartidarismo e o elevado número de apolíticos na sociedade portuguesa a situação complicar-se-á ainda mais.
Temos que ter a noção que vivemos num país ainda soberano, com um regime democrático e onde ainda existe alguma liberdade. As pessoas, o povo, os grupos e a sociedade tem mais poder do que a maioria dos portugueses imagina. O poder económico não se pode sobrepor à sociedade e temos que ter consciência que as pessoas ainda são mais importantes, embora haja iluminados que assim não o entendem. O governo de Portugal é um bom exemplo....
Nota: governo de Portugal foi propositadamente escrito com letra minúscula.
Eduardo Dias

     

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