Há muitos anos que defendo a independência da Região Autónoma da Madeira, não porque tenha algo contra aquela pérola do atlântico, antes pelo contrário, mas porque sendo uma região autónoma, dotada de autonomia administrativa e política, deve ser independente.
Depois da independência, defendo sim, um acordo bilateral coeso entre as partes, que vá além dos tradicionais acordos bilaterais entre países, que contemple a vertente económica e social e não se restrinja apenas a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, aquele acordo, fictício para mim, que vigora nos países da União Europeia.
Esta ideia de sermos donos e senhores da Madeira já não se adapta aos dias de hoje, até porque, quando lá chegamos, já alguém por lá tinha andado. Ao contrário do que se diz, nós não descobrimos a Madeira, redescobrimo-la, até porque, no início do séc.XV iniciámos o processo de colonialização.
Politicamente estamos perante uma democracia, ou melhor, uma "democracia encapotada", em que o Presidente do governo regional já detém o recorde mundial de Presidente mais vezes eleito por via democrática. Acreditam nisto? Eu não. Com os problemas sociais que a Madeira tem como é possível?
É sim uma democracia "encapotada", "ditadurial", "repressiva" etc., mas nunca uma verdadeira democracia.
Para mim, esta é a altura ideal para avançar com o processo de independência, fazendo assim a vontade ao seu ilustre Presidente e a muitos portugueses e madeirenses. As regalias de que a Região Autónoma usufrui, face a Portugal Continental, são imensas e tornam-se um fardo para a República, difícil de suportar, ainda para mais em tempos economicamente conturbados.
O atual "buraco" financeiro detectado na Região Autónoma recentemente, é resultado de uma birrinha do seu ilustre Presidente, face ás decisões do governo de Lisboa. Atitudes destas são imperdoáveis e intoleráveis, ainda mais quando se está a lidar com dinheiros públicos. Mais um motivo para a independência.
Enquanto Portugal é um cancro para a União Europeia, embora ainda benigno, a Região Autónoma da Madeira é um cancro para Portugal Continental, mas já maligno. Então porque não a independência? Deixemo-nos de patriotismos, de colonialismos e vamos evoluir no tempo, antes que seja tarde de mais como aconteceu com as ex. colónias....
Eduardo Dias