quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os "donos" dos muros

Comemorou-se recentemente os 20 anos sobre a queda do muro de Berlim. Foi sem dúvida um marco histórico e, penso eu, todos estamos de acordo que aquele muro não fazia sentido.

Então e os restantes? Será que os "donos" dos muros ainda existentes não lhes pesa na consciência serem proprietários dos "monumentos" mais aberrantes da história da Humanidade? E vê-los discursar e comemorar todos contentes e risonhos em Berlim, foi ainda mais triste. Será que não lhes pesou na consciência?

No Mundo devem existir mais de vinte muros que são autênticas barreiras à liberdade das pessoas e que a maior parte deles não faz sentido algum. As desculpas dos seus "donos" são a imigração, o tráfico de droga, a religião etc. mas em minha opinião não é com estas aberrações, criadas pelo homem, que resolvem os problemas.

O muro na Irlanda do Norte que separa nacionalistas católicos e unionistas protestantes e o muro nas cidades de Melila e Ceuta, construído pelo governo espanhol, são os mais próximos de Portugal. Um por motivos religiosos outro para conter a imigração. Não faz qualquer sentido.


O muro na Cisjordânia, construído pelo governo israelita é dos mais irritantes, em minha opinião, que para além de separar famílias, reduz ainda mais o já pequeno território palestiniano que a pouco e pouco tem sido roubado pelo estado de Israel. Desculpa: evitar a passagem dos terroristas.
O muro que divide a cidade de Nicósia no Chipre, tem o bonito nome de linha verde e até é gerido pela ONU. Tão fácil, uma parte para os Gregos e outra para os Turcos. Sem qualquer sentido.

O muro que separa os EUA do México, construído pelo governo americano é o maior do Mundo (mais de 3000 km) e que tem além de barreiras físicas, autênticas armadilhas mortiferas e sofisticados sistemas de detecção de movimentos. Desculpa: Evitar o tráfico de droga e a imigração.

O muro no Rio de Janeiro ainda em construção, que tem como principal objectivo separar a favela da Rocinha e outras nos arredores dos bairros luxuosos do Rio de Janeiro. Desculpa: evitar a destruição da floresta. Esta até dá vontade de rir. Não se preocupam com a destruição da Amazónia e preocupam-se com uns míseros km em volta da ciadade do Rio.

Não vou falar de mais muros mas é bom não esquecer que países como a India (com três muros erguidos), Arábia Saudita, Sáhara Ocidental, Pakistão, Irão, Iraque, Bostuwana, Zimbabué, Tailandia, Malásia, Brunei, Egipto etc. são países que ostentam estas ilustres aberrações.
Neste mundo de contrastes, era bom para todos terminar com estes ódios entre países e culturas e pensar em substituir os muros existentes por pontes no futuro.

Os "donos" dos muros deviam pensar nisto e quando se comemorar mais uma década da queda do muro de Berlim, espero que não apareçam, eles não fazem lá falta, tenham vergonha...



Eduardo Dias

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

As redes sociais




O ser humano é de facto extraordinário. Tem a capacidade de se adaptar aos tempos modernos, melhorando a forma ou a maneira de criticar, falar, insultar, apoiar, gozar, espiar etc... os outros. É óbvio que utiliza as novas tecnologias e tudo o que estas lhe permitem fazer e descobrir.

Como a "aldeia Global" contribuiu para a redução dos contactos directos com as pessoas, o ser humano encarregou-se logo de arranjar novos métodos de "cuscar" a vida dos outros e de uma forma mais eficaz e mais "soft".

Então vai de criar as poderosas e pomposamente chamadas redes sociais, e eu que gosto mesmo do nome, que não são nem mais nem menos a melhor foma de coscovilhar a vida dos outros, e com algumas vantagens: saber quem são os amigos, o que dizem uns dos outros , o que dizem de nós, o que pensam, o que gostam, o que não gostam etc...
Haverá melhor forma de falar dos outros do que esta? Penso que não.

Mas, até agora o principal alvo das redes sociais tem sido as pessoas singulares, sem grande impacto, agoram imaginem se começarem a ser usadas contra pessoas colectivas, como grandes empresas, grupos económicos, ou mesmo diversos sectores do Estado? As causas podem ser catastróficas. A polémica que se instalou em torno do anúncio do Pingo Doce, pode ter sido o princípio de muitas outras e nasceu no Faceboock.

Vamos aguardar e por enquanto cá continuamos todos contentes no faceboock, no twitter, no myspace, no hi5 etc. a espiolhar toda a nossa rede social de amigos e também dos amigos deles.

Estou a pensar sériamente em usar o faceboock, ( a minha rede social) e mais uma vez como eu gosto deste nome, para apelar aos boicotes. A começar pelo boicote aos combustíveis nas auto-estradas (completamente cartelizados e a liderar as subidas de preços), ao boicote aos comerciantes que aplicarem a nova taxa de pagamentos ATM, já que não posso boicotar os imbecis dos governantes que transpuseram a directiva Europeia da referida taxa, entre outros. Talvez não seja má ideia...

E vivam as redes sociais...



Eduardo Dias