segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Marianne, Suzanne, Janis Joplin... As mulheres de Leonard Cohen e o mítico Chelsea Hotel.

Tranquilamente, como era seu timbre, Leonard Cohen deixou-nos aos 82 anos. A voz melancólica,
sublime e quase espiritual do Canadiano foi-se embora...
O Homem que se interrogava sobre a natureza do Homem e de um Deus todo poderoso, já sabia que a sua "viagem" estava para breve. Há cerca de um mês, e um mês após a morte dela, despediu-se de Marianne Ihlen (o amor da sua vida) assim: "Ainda te encontro pelo caminho".... "eu acho que vou seguir-te muito em breve". E foi... Simplesmente seguiu o caminho pelo qual tanto se interrogava: a  sua própria mortalidade.
Não é do cantor, do músico (que creio já não há quase nada a dizer), do amante de literatura que estou a falar:  É de Leonard Cohen, do Homem, da pessoa, da sua vida.... e que vida.
Cohen, depois de se formar em literatura no Canadá, muda-se para Nova York onde ganha uma nova bolsa de estudo e edita o seu primeiro livro. O sucesso deste permite-lhe viajar para a Europa e instala-se em Londres mas, cedo se fartou da vida londrina. Muda-se então para a Ilha de Hidra na Grécia. Aí começa a vida louca, de sonho, de músico, de cantor, de amor, de muitas mulheres que lhe serviram de inspiração.... A vida de sonho.
Na Ilha de Hidra, conhece e seduz a norueguesa Marianne Ihlel, "a mulher mais bonita do mundo". Foi o amor da sua vida, a sua musa inspiradora da qual surgiu o êxito "so long Marianne" e com quem viveu vários anos. A diva da sua vida, Marianne, foi "raptada" a um tal senhor que por sua vez era amante da namorada de Cohen à altura.... vidas loucas...anos 60. Deixou-lhe marcas para toda a vida.

Nas suas viagens/escapadinhas a Nova York, instalava-se sempre no mítico Chelsea Hotel (a sua casa em Nova York) e aí conhece Janis Joplin, no elevador "era um grande frequentador do elevador desse hotel" disse ele mais tarde. Desta musa, para ele, (diva para mim) surge inspiração para o tema "Chelsea hotel", escrita em Asmara (Ethiópia) um ano após a morte de Janis.
Mais tarde, nos anos 70 conhece Suzanne em Los Angeles. A americana, é a mãe dos seus dois filhos (Adam e Lorca) com quem vive cerca de uma década. Provavelmente esta foi a relação mais "séria" da sua vida. Ao contrário do que muitos pensam e afirmam, Suzanne não foi a inspiradora do memorável tema "Suzanne" que tanto sucesso fez. A Inspiradora foi Suzanne Verdal, mulher de um amigo de Leonard Cohen... como sempre, a "derramar" charme.
A vida continuava e mais tarde, Cohen "encontra" na Ilha de Hidra a francesa Dominique Issermann. Uma fotógrafa com quem viveu e/ou visitava várias vezes em Paris, e que foi responsável pelo primeiro videoclipe do famoso tema "Dance Me to the end Off Love". No interior do álbum "I´m Your Man", deixou-lhe uma mensagem: "todas estas músicas são para ti, DI".
Já em final dos ano 80, conhece a atriz americana Rebecca de Mornay, célebre em vários filmes, mas que também se tornou uma das mulheres de Cohen! Fez parte da co-produção, a pedido dele, do álbum "The Future" que lhe foi dedicado. Este, inclui no interior uma passagem da bíblia sobre Rebecca, mulher de Isaac.
Leonard Cohen, ao seu estilo, teve uma vida de sucesso, tranquila, arrebatadora, romântica. Nunca casou (a melhor "cartada" da sua vida), tinha uma voz de sonho... era o ideal de Homem.
Leonard Cohen
"Quero apenas desejar-te boa viagem. Adeus velha amiga. Encontramo-nos no caminho".
Eduardo Dias





terça-feira, 1 de novembro de 2016

Mazarine Pingeot... a filha da "outra"!


Bonita, elegante, culta, filosofa, escritora... falo de Mazarine Pingeot. Tal como a mãe, Anne Pingeot, Mazarine é simbolo de elegância, de cultura e "nata" da alta sociedade francesa.
Mas, Mazarine tem algo de diferente! É filha da "outra". Como costumo dizer, e com todo o respeito pelas mulheres, o papel de "a outra" é o melhor que qualquer mulher pode ter (não vale a pena explicar aqui pormenores).

França, é o simbolo da liberdade, da igualdade e da fraternidade! Mazarine simboliza tudo isto. É fruto de uma relação de Anne Pingeot com François Mitterrand. Anne Pingeot, a mãe, foi provavelmente a amante ou "a outra" (como gosto de chamar com todo carinho e respeito) da mais longa história de amor de um presidente francês e não sei se de todo o mundo: 32 anos de amor, de sigilo e muitas outras histórias do "dono" do Palácio do Eliseu. Claro que não foi lá... pois aí residia a Primeira Dama da República Francesa.
Tal como a mãe, Mazarine, guardou o segredo durante toda a infância, adolescência e mesmo como adulta. É de louvar!!! Foram 32 anos... Quando François Mitterrand morreu, foram ambas ao funeral.
A tão nobre atitude, de ambas, não chamo segredo de estado mas talvez, respeito ao estado, à democracia, à liberdade e às pessoas.
Mais, Anne Pingeot tal como a filha Mazarine, apenas divulgaram o "segredo" 20 anos após a morte de Framçois Mitterrand e 5 anos após a morte de Danielle Mitterrand, a Primeira Dama.
Creio que este é um exemplo fascinante de respeito pelas pessoas pela liberdade (que tem limites) e pela República de duas Senhoras da alta sociedade francesa.
A Mazarine e Anne pingeot....
Eduardo Dias    

sábado, 15 de outubro de 2016

O Nobel da Literatura.... 2016

E o vencedor é .... Bob Dylan!
Surpresa! Loucura! Sim é mesmo loucura. O meu ídolo da música americana venceu. E logo, o Nobel da literatura.
Bob Dylan foi provavelmente o mais inesperado vencedor do Nobel da Literatura de todos os tempos. Mas merece. A Real Academia Sueca surpreendeu tudo e todos ao galardoar uma das maiores lendas vivas da música folk americana. Cantor, compositor, ator, pintor e escritor, Bob Dylan foi premiado aos 75 anos com aquele que é provavelmente o seu maior prémio.
" A criação de novas formas de expressão poéticas no quadro da grande tradição da música americana" foi a justificação da Real Academia para tão surpreendente escolha. Muitos terão ficado desiludidos, mas acredito que serão mais os que ficaram contentes ou mesmo eufóricos, (como eu) em especial os que tiveram ou têm o privilégio de cantar e de ouvir as músicas compostas por este Senhor. São intemporais e um hino à folk music as interpretações a solo ou em dueto de Joan Baez e Bob Dylan, compostas por ele, claro.
O prémio não deixa de ser também um tributo à folk music americana e a todos, e são muitos, os que interpretam os seus excelentes poemas.
Curioso vai ser ver Bob Dylan, ao seu estilo, a receber o prémio num cenário onde impera a formalidade, a solenidade e a etiqueta, perante tão ilustres membros, nomeadamente a Realeza sueca.
Parabéns Bob Dylan...
Eduardo Dias 

domingo, 9 de outubro de 2016

O Nobel da Paz 2016...







Esta coisa dos prémios Nobel fascinam-me! No fundo, são um reconhecimento aos avanços culturais e/ou científicos no mundo. O Nobel da Paz, tem um "sabor especial". É o que causa mais impacto, o mais fascinante, o mais apetecido e o mais "badalado". É dúbio! É difícil quantificar/avaliar a importância dos avanços culturais/científicos. Mas.... ele é especial.

Tanto critico como elogio os escolhidos pela Academia sueca (e norueguesa). Este ano, foi bem direcionado, embora peque pela escolha. Melhor, tinha que ser dividido.
Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia foi o eleito pela Academia. De acordo. Então e Rodrigo Londoño, o líder das FARC (forças armadas revolucionárias da Colômbia)?

Um acordo de paz, de tréguas, de cessar fogo tem no mínimo dois intervenientes. Neste conflito (Colômbia versus FARC) também eles são dois: Juan Manuel Santos (Presidente da Colômbia) e Rodrigo Londoño (lider das FARC).


Com todo o respeito e admiração pela Academia Sueca, e tendo em conta que este é provávelmente o conflito mais longo da História (iniciou-se em 1964), a atribuição do Nobel da Paz 2016 não foi imparcial... Houve dualidade de critérios. O Mundo e os colombianos em especial, não ficarão alheios à escolha...


Eduardo Dias