Quando em novembro de 2009 escrevi neste Blog sobre as redes sociais, alertei para o seu "poder" e a força que estas têm junto da sociedade. Não me enganei e agora digo mesmo que mais do que poderosas, são poderosíssimas e capazes de desencadear até uma guerra mundial.
Elas são as principais responsáveis pelo que se está a passar actualmente no mundo árabe e o efeito "bola de neve" parece continuar e estender-se a outros países, fora do mundo árabe. Angola pode ser o próximo.
Tunísia, Egito, Yémen, Líbia, Jordânia, Bharain e Irão, já sofreram os efeitos das poderosas redes sociais, em que com um simples clik, se convocam, organizam e comandam manifestações contra os regimes políticos, nestes casos. Os efeitos tem sido catastróficos na maioria dos casos de tal modo que começam a custar dezenas de vidas humanas.
Até agora, tem alastrado no mundo árabe, mas imaginem que a situação tem efeito contágio e começa a alastrar mais para ocidente? E, se em vez de se manifestarem contra os regimes ditadoriais se começam a manifestar contra os poderios económicos, que nos últimos anos têm vindo a emergir no ocidente?
Na Europa e América do Norte, as questões económicas sobrepuseram-se por completo às questões sociais, e nenhum governo pensa primeiro nos problemas sociais e depois nos nos problemas económicos. Mais, os governos optaram por dar subsídios a torto e a direito, em especial às classes mais desfavorecidas, como forma de os calar e assim evitar males maiores. Os subsídios não são nem mais nem menos uma forma de controlar as pessoas de modo a que estas não se manifestem ou não intentem contra o Estado. Não é com subsídios e a subsidiar tudo e todos que se desenvolve a economia de um país, mas os políticos optam por esta situação de modo a controlar as sociedades.
Os sistemas democráticos, que se cuidem e que comecem a pensar que não basta ter liberdade de expressão, liberdade de escolha dos governantes ou mesmo "comprar" as sociedades com subsídios que os ilíba de situações mais complexas como as que têm surgido no mundo árabe. Pode ser uma questão de tempo e com as poderosíssimas redes sociais, os ventos correm mais a favor dos manifestantes do que dos governantes.
Talvez seja altura dos sistemas políticos, neste caso os governos, se começarem a preocupar mais com as sociedades e com as questões sociais, em primeiro lugar, de modo a evitar surpresas no futuro. Portugal é já um bom exemplo de alguma instabilidade onde a corrupção e a mentira andam de mãos dadas, a justiça não funciona, o governo completamente descredibilizado nacional e internacionalmente e a sociedade à beira de um ataque de nervos. Estão criadas as condições, o caminho está aberto e as redes sociais mais do que activas para desempenharem o seu papel.
Eduardo Dias
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