sexta-feira, 22 de março de 2013

O Chipre e a União Europeia...

Como já referi várias vezes, nunca acreditei numa união política e económica de países independentes, ainda mais quando estes se "multiplicam como cogumelos". São realidades diferentes, culturas diferentes, uma História diferente, sistemas financeiros diferentes, entre outros. Quando os fundadores da CECA (comunidade europeia do carvão e do aço) pensaram nesta união, provavelmente não imaginavam um alargamento a tantos países (27 atualmente) e as consequências que tal dimensão poderia causar. Sempre fui muito cético e crítico com o funcionamento da atual União Europeia (UE) e não tenho dúvidas que, mais ano menos ano, ou ela muda as suas atitudes perante os estados membros ou desmorona-se "como um baralho de cartas". 
Os últimos tempos tem demonstrado que a união não é económica, não é financeira e muito menos social. O resgate aos países endividados é o melhor exemplo e mostra como o objetivo é única e exclusivamente financeiro por parte dos estados dominadores.
 O caso do Chipre é emblemático e mostra como alguns países dominadores não se conseguem libertar do passado e insistem na conquista da Europa, agora pela via financeira, independentemente das causas económicas, políticas ou sociais. Não tenho dúvidas que qualquer país da UE (talvez excluindo Portugal e Grécia) conseguia ,sem grandes alaridos, resgatar/ajudar financeiramente o Chipre, mas a UE prefere mais uma guerra de dimensões catastróficas, semelhante à que já existe noutros países, e por a pequena ilha do mediterrâneo "a pão e água", e quem sabe, desviar as chorudas contas dos bancos cipriotas para outros destinos. Quem sabe....a Alemanha. Admiro e saúdo a posição de Inglaterra que embora não pertença ao euro ignora por completo as indicações da UE, melhor, dos países dominadores, e segue o seu rumo rindo-se da triste e nojenta figura que fazem os líderes destes tais países. 
Para que exista a verdadeira união e tendo em conta a atual dimensão da UE não vejo outra solução, a não ser uma federação de Estados em que todos eles terão que abdicar de alguma da sua autonomia e soberania, o que não é fácil. Aqui, o Dr José Manuel Durão Barroso tem razão sobre o rumo da UE.     
 Comparo atualmente a UE a uma guerra norte/sul, ou mesmo, a uma ejaculação em que existe sempre um espermatozóide dominante (neste caso a Alemanha) que aniquila por completo todos os outros que seguem na mesma direção.
É a desunião europeia no seu melhor.


Eduardo Dias      

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