Tendo em conta o contexto político, económico e social do país nesta altura, e eu que tenho um fraquinho pela política (política séria), fico estupefacto com algumas frases ditas por figuras do estado, do governo e em especial do primeiro ministro: "Tenho muito orgulho no trabalho que estou a fazer".... "Não tenho medo dos portugueses"....."Não tenho medo das eleições autárquicas ou europeias".... "vou recorrer a todos os meios" e o ministro das finanças: "o que tenho sofrido pelo Benfica"....." o desinvestimento deve-se às condições climatéricas".... entre outras.
São frases lamentáveis dos membros do executivo, uma "afronta" ou mesmo uma falta de respeito para com os portugueses de que não há memória em democracia.
Enquanto o ministro das finanças goza com tudo e todos , ou é simplesmente ingénuo, caso contrário não fazia tais declarações, o primeiro ministro usa um discurso a fazer lembrar o maior ditador da história de Portugal e que nos traz à memória a célebre frase "orgulhosamente sós". Cada vez mais acredito que estamos perante um discípulo, de tão "ilustre" ditador tendo em conta a terminologia e a prepotência, o desrespeito pela constituição e pela democracia, os obstáculos à liberdade entre outros. A biografia de Salazar, escondida debaixo da perna, no carro oficial do governo de Portugal (estado democrático) é mais uma prova das minhas afirmações. Claro que não é proibido, mas é algo constrangedor ver o seu líder "democrático" a "guiar-se" por um dos maiores tiranos da história de Portugal. Os dois anos de mandato deste governo, foram e vão continuar a ser catastróficos para Portugal e para os portugueses com excepção do sistema financeiro e da odiada troika.
Que pense, que faça, que opine, mas deve e tem obrigação de respeitar os portugueses, a Nação e a democracia. Não é estranho um governo em dois anos de mandato não conseguir acertar uma única vez nos principais indicadores da economia? Não é estranho ouvir as mais altas figuras da sociedade portuguesa (política, económica e social) opinarem contra as medidas e atitudes do executivo? Não é estranho, os membros do governo não "ouvirem" ninguém a não ser a troika, a Merkel e o ministro da economia alemão? Não é estranho o executivo não conseguir lidar com a decisão dos Tribunais? Será que não conhecem a teoria da separação de poderes? Será que só três ou quatro "iluminados" do governo é que pensam bem e nós somos todos estúpidos?...
Começo a ter a sensação que cada vez mais estamos a voltar aos tempos da ditadura, do retrocesso, da pobreza, da conflitualidade social e laboral. Ou será ainda pior?
Actualmente, perdeu-se o respeito pela educação, pela formação, pelas famílias, pela cultura, pela economia, pela história, tudo em prol de uma palavra aterradora que são os mercados. Em Portugal os escândalos financeiros sucedem-se em catadupa, a subjugação do país à troika é alarmante, o FMI erra, assume os erros mas não altera uma vírgula, a (des) União Europeia é controlada por um ou dois países e cada vez mais se afasta do objectivo dos seus criadores: Uma união económica, política e social.
Pergunto eu: Será que algum dia vamos recuperar a nossa soberania? Não é fácil. Mas, de uma coisa tenho a certeza, não é com esta infantilidade governativa, não é com esta (des) União Europeia e muito menos com um monstro papão a que chamam troika.
Só nos resta lutar.....
Eduardo Dias
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