quinta-feira, 27 de março de 2014

Os vermes da sociedade....e a deturpação da política!

A MENTIRA: são afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe de tal falsidade mas com o objectivo de levar os outros a acreditar nelas. Coisa feia. Todos aprendemos na escola que o acto de mentir é feio e incorrecto  mas há quem insista na mentira.
O POLÍTICO: É um indivíduo activo na política que influencia  a maneira como uma sociedade é governada, através dos seus conhecimentos políticos. A sua missão é exercer com nobreza a Política que não é mais do que a arte ou ciência da organização. Segundo Aristóteles, "a Política é a ciência que tem como objecto a felicidade humana".
O  estado débil da sociedade portuguesa (económico, social e financeiro) não se deve à política que, embora não seja uma ciência exacta  rege-se por conhecimentos criteriosamente organizados, mas deve-se sim aos políticos (alguns) ou falsos políticos que a praticam porque são incapazes de com ela "proporcionar a felicidade humana".
A política é uma ciência humana que deve ser respeitada e nem todos estão aptos a exercê-la. Em Portugal é o contrário. Qualquer um pode ser político, auto intitula-se de político ou exerce a actividade política (basta ter a 4ª classe/ano) mesmo que  muitos deles não saibam sequer o que é a política. 
Os políticos (alguns) em Portugal usam esta ciência para proveito próprio, passam por lá mesmo sem serem creditados, para preparar o seu próprio futuro. Pior ainda é que usam e abusam da mentira para convencer o cidadão comum a acreditar nas sua falsas ideologias aproveitando-se assim da "ignorância" ou desconhecimento político de muitos portugueses. Estas passagens proporcionam na maioria dos casos futuros risonhos.
É comum em Portugal ver "políticos" em altos cargos como ministros ou secretários de estado (de passagem) que não são mais do que criaturas que envergonham e usam a política para proveito próprio, dos familiares ou dos amigos. Eles são os responsáveis pela desorganização económica, social e financeira do país. São eles que nomeiam os (seus amigos) consultores, os (seus amigos) administradores de empresas públicas e responsáveis pelas maiores derrapagens financeiras que posteriormente vão recair sobre o Estado.
Muitos dos (falsos políticos) que exerceram funções governamentais (de passagem) têm agora ou posteriormente altos cargos em grandes empresas privadas, multinacionais ou na alta finança mundial graças à sua passagem pela política. Todos eles viram a sua situação profissional e económica subir exponencialmente independentemente do trabalho mais ou menos repugnante enquanto exerceram a sua "actividade política".
São para mim os vermes da sociedade que usam a mentira para proveito próprio e responsáveis pela deturpação da política em Portugal.
Vermes ainda é um elogio se compararmos por exemplo com a importância do papel desempenhado pelas minhocas na ecologia, os políticos (alguns) portugueses ficam muito aquém.
Eduardo Dias  

sexta-feira, 14 de março de 2014

O manifesto do diabo!

Quando os subscritores do "manifesto pela reestruturação da dívida pública" o assinaram, provavelmente não imaginavam que este documento iria provocar, quase que, uma "hecatombe" nas hostes políticas portuguesas. O número de vítimas, odiados, enxovalhados, mal tratados e descredibilizados de que têm sido vítimas os subscritores deste "célebre" documento soma e segue.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, ter-se-á sentido ofendido e começou por dar o exemplo assim que soube do documento e que dois dos seus consultores o tinham assinado. Exonerou de imediato Vítor Martins e Sevinate Pinto. Atitude lamentável (mais uma) do Presidente da República, mas que, serviu pelo menos para estes dois senhores consultores (funcionários da Presidência da República) saberem o que é a "verdadeira" democracia em Portugal.
O primeiro ministro também reagiu de imediato e bastante irritado, como tem andado nos últimos tempos, não deixou de considerar que falar em reestruturar a dívida pública é masoquismo e que "essa gente" que assinou o manifesto, não estão mais do que a "negar a realidade". De uma assentada, o primeiro ministro descredibilizou 74 notáveis da sociedade portuguesa (com uma linguagem pouco digna de um primeiro ministro) e deitou por terra o célebre documento.
Para mim, se falar em reestruturar a dívida pública é masoquismo, então cortar salários, cortar pensões, cortar no estado social, na saúde e na educação não o será? Assim, e como referiu Nicolau Santos no Expresso, também eu prefiro ser masoquista.
Também o FMI (o maior saqueador do universo) opinou negativamente. Reestruturar nem pensar, há que pagar o mais rápido possível sem olhar as consequências já que assim aumentam as probabilidades de cá voltar uns anos mais tarde.
Bagão Félix, um dos subscritores, foi dos primeiros a reagir ao "enxovalhamento público das 74 vítimas" e atacou forte os alinhados à troika e em especial o primeiro ministro. Segundo Bagão Félix, tendo em conta a actual situação do país e a presença da troika em Portugal, não podemos falar em reestruturar a dívida ou opinar sobre ela porque assim podemos melindrar alguém (primeiro ministro e presidente da república incluído), lançar sinais errados aos "assombrosos" mercados ou ferir o "embuste" a que chamam troika. Concordo. 
Perdemos a soberania, somos roubados mês após mês, a liberdade é cada vez mais limitada, mas não nos vão (conseguir) obrigar a "enterrar a cabeça na areia"!
Permitam-me concluir que o grupo dos "alinhados à troika" se consideram as pessoas mais inteligentes do país....... Mas não o são, bem pelo contrário.
Eduardo Dias  

terça-feira, 11 de março de 2014

Governo de Portugal! Não nos humilhem mais por favor...

Hoje, o "jornal da uma" da TVI teve início com três notícias/intervenções de membros do governo de Portugal. Com qualquer uma delas senti mais uma vez que os argumentos usados pelos nossos ministros têm como principal objectivo vangloriarem-se a eles próprios e ao seu trabalho, fazendo dos portugueses ingénuos e ignorantes. 
Na primeira, a ministra da Justiça inaugurava a sede da polícia judiciária, uma das maiores do mundo (e nisto é que nós somos bons) e a sua primeira preocupação foi dizer que conseguiu reduzir o preço da obra de 103 para 85 milhões de euros "coisa que outros disseram não ser possível". Quanto à primeira parte  há que dar mérito, a segunda era desnecessária e já agora, se a Parvaloren não perdoasse os 17 milhões de euros à empresa de Filipe Vieira e do seu sócio e o (desleixo do) tribunal 1 milhão a Jardim Gonçalves o estado poupava mais 18 Milhões (18+18=36 milhões) o que era melhor. Os recursos humanos, a dignidade das pessoas e as condições de trabalho, ficam para outra altura.
Na segunda, o ministro da Administração Interna veio enaltecer "a atitude irrepreensível" das forças de segurança na manifestação destas mesmo, no passado dia 6 de Março. Pergunto eu? Será que para manter a ordem, numa manifestação de forças de segurança, é necessário um dos maiores dispositivos de forças especiais vistas em Portugal? Será que confia nas suas forças de segurança? Foi para si um exemplo irrepreensível aos olhos portugueses? Senhor ministro, não somos ingénuos e sabemos que nem tudo vai bem.
Na terceira, o primeiro ministro falava de um "manifesto de reestruturação da dívida" assinado por figuras nacionais de renome e de vários quadrantes. Políticos (esquerda e direita), ex ministros das finanças, Economistas, empresários etc. e que pretende ser um "apelo de cidadão para cidadão".
Já se esperava a resposta negativa do primeiro ministro e este justificou-se com a "mensagem errada aos mercados" e com "a mensagem errada a todos os países que esperam que Portugal cumpra as suas obrigações". Será que o primeiro ministro não sabe que reestruturar a dívida não é deixar de pagar? Será que o manifesto não merece sequer uma análise rápida, atendendo às figuras envolvidas? Será que as setenta personalidades é que estão erradas e o primeiro ministro correcto?
Não. É a dificuldade em aceitar a opinião dos outros. Este manifesto só teria sucesso se tivesse a assinatura de Angela Merkel e, mesmo assim os mercados e os outros (que nos ajudam/roubam) estarão sempre à frente dos portugueses. É triste.
Embora nos queiram fazer passar por isso, nós portugueses não somos ingénuos, não somos parvos e muito menos ignorantes....
Eduardo Dias