domingo, 20 de novembro de 2011

Assembleia da República! Uma atitude vergonhosa....

Depois de ver o orçamento da Assembleia da república para o ano de 2012, assinado e aprovado em 30 de setembro pela charmosa presidente Maria da Assunção A. Esteves, nem acreditava na parcela de 2.093.650,00 € referente a despesas de pessoal, mais propriamente para subsídio de férias e de Natal.
Como é possível, aqueles que se dizem nossos representantes, retirar o subsídio de férias e de natal na totalidade a quem ganha 1000€ ou mais e metade a quem ganha mais do que o ordenado mínimo, só por serem funcionários públicos ou trabalhadores de empresas públicas do estado, e eles, funcionários da assembleia da república, com ordenados bem superiores ficarem impunes a esta medida? Que eu saiba, todos são pagos com dinheiros públicos, do orçamento de estado, e dos contribuintes. Não será esta uma atitude cobarde daqueles que se dizem nossos representantes mais própriamente os todos poderosos deputados? Pior ainda com a concordância do 1º ministro, presidente da AR  e Presidente da República! Eu percebo! Toca-lhes a todos e preferem acobardar-se, a abdicar dos referidos subsídios.
É um mau exemplo daquele espaço, que é o coração da democracia, mas que a aplica aos cidadãos portugueses de forma diferente, fazendo deles, mais própriamente dos cidadãos estúpidos, parvos e ignorantes.
Alegam não serem funcionários públicos, mas também os funcionários das empresas do estado (EPE) não o são e acabam por ser afetados pela mesma medida. Já não concordo com a divisão entre público e privado, mas divisões dentro do mesmo sector são ainda mais desumanas, humilhantes e hipócritas. Revelam a falta de respeito da assembleia da república para com os cidadãos, mais própriamente dos políticos. Numa altura em que já poucos cidadãos acreditam neles, com atitudes destas, levam a que ainda menos acreditem e não é para menos, já que estes senhores colocam em primeiro lugar os seus interesses aos interesses dos cidadãos ou do próprio país.
Estranho é não ver nenhum político, seja ele primeiro ministro, ministro, secretário de estado, deputado ou mesmo a comunicação social a não se manifestar ou simplesmente opinar sobre o assunto. Parecem estar todos a guardar um segredo que lhes convém não seja divulgado, que o povo não saiba e que não se levante grande alarido não vão ainda os políticos ter que engolir um sapo do tamanho da assembleia da república.
Esta atitude é para mim reveladora da falta de respeito que os políticos tem pelos cidadãos e pelo país.
 Para que todos tenham conhecimento, eis o link do orçamento de estado da assembleia da república: (despesas de pessoal)
Eduardo Dias

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Deus e o diabo!

Depois das atrocidades e barbaridades que vejo diariamente na comunicação social por membros do actual governo só posso concluir que este, um pouco desnorteado, para facilitar a organização laboral e mostrar trabalho aos novos "donos" de Portugal (troika) trata o sector privado/público, como sendo o sector de Deus e o sector do diado.  
Ora, do lado de Deus, estão os verdadeiros trabalhadores portugueses, ou seja, os do "ex" sector privado (que não faltam, sempre disponíveis, ganham pouco, não têm regalias, 22 dias de férias, escravizados, etc.), os banqueiros (intocáveis), os patrões (coitadinhos) entre outros.
Do lado do diabo estão os trabalhadores da função pública (que não fazem nada, são incompetentes, muitas regalias, ADSE, muitos dias de férias, altos ordenados etc.) e os trabalhadores das empresas públicas (regalias, subsídios, ordenados chorudos, 30 dias de férias, prémios, reformas precoces etc.).
Claro que é o sector do diabo, o responsável pela situação atual do país. Só assim se entende a retirada/roubo de 5% (média) dos vencimentos em 2011 e anos seguintes, mais o subsídio de férias e de Natal em 2012 e anos seguintes, protegendo assim o sector de Deus, coitado que foi arrastado para a crise pelo sector do diabo.
  Alguns dos "novinhos" secretários de estado (com ar de bétinhos, cabelos frick, fatos Louis Vuitton onde não entra a 5 a Sec) e alguns ministros (uns com ar angelical outros com ar de macambúzios e olhar desconfiado), tem vindo nos últimos tempos a preparar o terreno para tão ilustre divisão sectorial. É vergonhosa a forma como estes senhores tem denegrido, enxovalhado, roubado e exposto a função pública e trabalhadores das EPE, melhor o sector do diabo, em plena praça pública contribuindo assim para fomentar "guerras" entre trabalhadores.  Eles, porque o 1º Ministro já nem aparece, ou anda para os lados de Massamá a tratar das lides domésticas ou foi arrolado para as cimeiras (tipo sessões contínuas) da UE para acalmar os "endiabrados" mercados e receber ordens do que fazer e como fazer, dos "donos" da União Europeia: Merkel e Sarkozy.
Pergunto eu: Que mal fizeram os trabalhadores do estado português, para serem responsabilizados pela actual situação do país? Porquê só eles a pagar a crise e tão drásticamente? Não seria melhor, mais rentável e mais justo uma divisão equitativa por todos, mesmo todos?
É que só estes a pagar não chega. O afundanço da economia portuguesa, resultante destas medidas "cegas" e o inevitavel aumento da corrupção, nos próximos meses darão resposta às minhas questões.
No final, os apóstolos de Deus terão como destino o céu, enquanto que os outros terão como mais do que provável as catacumbas do inferno, de forma a pagarem a factura de terem tido em vida o pior de todos os patrões/empregadores: o Estado Português.
Eduardo Dias