domingo, 12 de novembro de 2017

O Panteão Nacional...e os eventos!

Muito se tem falado, muito se tem opinado, muito se tem criticado e muito se tem "postado" sobre o
jantar de encerramento da Web Summit no Panteão Nacional.
Eu, pessoalmente, não me sinto nada ofendido e não creio que tenha sido posta em causa a dignidade, a coragem, a determinação ou mesmo os feitos de tão ilustres personalidades da sociedade portuguesa que ali Jazem.
Estamos sim numa época em que a crítica fácil, o "show off", o pessimismo (tipicamente português), o dizer mal e a "tentação" de nos auto denegrirmos prolifera. Está na moda! As redes sociais e os media são as ferramentas utilizadas.  Acredito que a grande maioria dos que criticaram o referido jantar não dedicaram um minuto sequer a pensar na situação, no contexto ou mesmo naqueles que ali jazem.
Tenta-se a todo o custo encontrar culpados!
Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit, não o é de certeza porque se o espaço o permitia, nada a opor. Mais, ele, como qualquer irlandês não vê a morte como nós portugueses. Eles celebram a morte, festejam quando algum ente querido os abandona. Paddy Cosgrave ainda teve a amabilidade de pedir desculpa a Portugal e aos portugueses.
O Governo de Portugal também não creio que seja culpado porque não foi, nem tinha que ser informado de tal jantar. A organização limitou-se apenas a cumprir o diploma que permite eventos no referido espaço mediante o aluguer do mesmo e cumprindo os preços tabelados no referido diploma.
A haver culpados, embora eu assim não o entenda, tem que ser quem criou o diploma, ou quem o alterou, e não especificou os eventos "proibidos" no Panteão Nacional. O executivo anterior: Pedro Passos Coelho/Paulo Portas.
Deixemo-nos de lamechices, de críticas fáceis e de mediatismos....
Parabéns Portugal pela excelente organização da Web Summit!
Parabéns Paddy Cosgrave pela criação de tão ilustre evento!
Homenagem sentida a todos os que jazem no Panteão Nacional.
Eduardo Dias

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Somos todos cobardes ou sofremos do síndrome Genovese?

Catherine Susan Genovese
Os recentes acontecimentos de violência em Portugal na discoteca Urban Beach em Lisboa e junto ao
Mc Donnald´s em Coimbra, deixam-nos perplexos perante a inércia, ou mesmo indolência, do Ser Humano.
É no mínimo constrangedor ver, através dos media, dezenas de pessoas a assistir e registar actos bárbaros de violência, a indivíduos já indefesos, por vermes da sociedade. Autênticos bisontes enraivecidos. Refiro-me aos três seguranças da discoteca e aos dois manos de Coimbra (fico por aqui).
Mas não é a estes cinco parasitas que me quero referir. É sim, às dezenas de pessoas que assistiram e registaram as duas cenas de violência.
Será que eram todos cobardes? Será que sofriam todos do síndrome Genovese? Certo é que todas elas partilhavam o "efeito espectador". Complexo!!!
Talvez o síndrome Genovese seja o que melhor se adequa e explique a reacção, ou falta dela, de todas estas pessoas. E porquê? Porque a cobardia não é comum a grupos de pessoas, mas sim a pessoas isoladas, enquanto que o síndrome Genovese provoca nas pessoas o "efeito espectador", ou mesmo a "responsabilidade difusa". Pior ainda, quanto maior é o grupo menor a probabilidade de ajuda/socorro. 
(O síndrome Genovese:
Nos anos trinta, do século passado, Kitty Genovese foi esfaqueada até à morte junto à sua casa em Nova York perante a inércia dos vizinhos. Ninguém se meteu. Melhor, ninguém prestou socorro. A atitude destas pessoas e o facto de Kitty morar com uma companheira, levou a que vários psicólogos se debruçassem sobre este fenómeno).
Este fenómeno social psicológico é o melhor exemplo de como não cumprimos da melhor forma o nosso papel de cidadão. Vivemos em sociedade mas não fazemos o que nos compete pela sociedade. Esperamos na maioria das vezes que o/os outro/s tome/m a iniciativa...
Não somos todos cobardes, mas creio que todos sofremos um pouco do síndrome Genovese.
Eduardo Dias