terça-feira, 7 de novembro de 2017

Somos todos cobardes ou sofremos do síndrome Genovese?

Catherine Susan Genovese
Os recentes acontecimentos de violência em Portugal na discoteca Urban Beach em Lisboa e junto ao
Mc Donnald´s em Coimbra, deixam-nos perplexos perante a inércia, ou mesmo indolência, do Ser Humano.
É no mínimo constrangedor ver, através dos media, dezenas de pessoas a assistir e registar actos bárbaros de violência, a indivíduos já indefesos, por vermes da sociedade. Autênticos bisontes enraivecidos. Refiro-me aos três seguranças da discoteca e aos dois manos de Coimbra (fico por aqui).
Mas não é a estes cinco parasitas que me quero referir. É sim, às dezenas de pessoas que assistiram e registaram as duas cenas de violência.
Será que eram todos cobardes? Será que sofriam todos do síndrome Genovese? Certo é que todas elas partilhavam o "efeito espectador". Complexo!!!
Talvez o síndrome Genovese seja o que melhor se adequa e explique a reacção, ou falta dela, de todas estas pessoas. E porquê? Porque a cobardia não é comum a grupos de pessoas, mas sim a pessoas isoladas, enquanto que o síndrome Genovese provoca nas pessoas o "efeito espectador", ou mesmo a "responsabilidade difusa". Pior ainda, quanto maior é o grupo menor a probabilidade de ajuda/socorro. 
(O síndrome Genovese:
Nos anos trinta, do século passado, Kitty Genovese foi esfaqueada até à morte junto à sua casa em Nova York perante a inércia dos vizinhos. Ninguém se meteu. Melhor, ninguém prestou socorro. A atitude destas pessoas e o facto de Kitty morar com uma companheira, levou a que vários psicólogos se debruçassem sobre este fenómeno).
Este fenómeno social psicológico é o melhor exemplo de como não cumprimos da melhor forma o nosso papel de cidadão. Vivemos em sociedade mas não fazemos o que nos compete pela sociedade. Esperamos na maioria das vezes que o/os outro/s tome/m a iniciativa...
Não somos todos cobardes, mas creio que todos sofremos um pouco do síndrome Genovese.
Eduardo Dias




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